A principal aposta é o baricitinibe — um medicamento já usado para tratar artrite reumatoide. A partir desta quinta-feira (13), ele passa a ser fortemente recomendado pela OMS para pacientes com Covid em estado grave ou crítico, em combinação com corticosteroides.
Segundo o painel de especialistas, evidências indicaram uma redução na necessidade de ventilação mecânica, sem o aumento de efeitos colaterais. O uso é oral.
A outra recomendação é para o anticorpo monoclonal sotrovimabe. Mas, ao contrário do baricitinibe, ele é indicado para pacientes com Covid não grave, mas que tenham alto risco de hospitalização. Nesse caso, o tratamento é intravenoso.
No Brasil, a Anvisa já autorizou o uso emergencial dos dois remédios.
As recomendações da Organização Mundial da Saúde são baseadas em novas evidências envolvendo sete ensaios com mais de 4 mil infectados pela Covid, incluindo pacientes em estado grave e crítico, e representam uma enorme esperança num momento em que a OMS vê recordes atrás de recordes de casos.
Mas especialistas alertam que o anúncio não resolve os problemas. O desafio agora é tornar os medicamentos acessíveis.
Na Índia, por exemplo, o tratamento de 14 dias sai pelo equivalente a R$ 30. Já no Brasil, o medicamento é vendido por cerca de R$ 5 mil.
A organização Médicos Sem Fronteiras pediu aos governos medidas imediatas para garantir que patentes não impeçam o acesso ao baricitinibe.
“Está tendo uma explosão de casos, e alguns desses casos são graves. As pessoas precisam ter uma chance de sobreviver”, enfatiza Felipe Carvalho, coordenador no Brasil da Campanha de Acesso a Medicamentos/MSF.