O primeiro boletim epidemiológico sobre o Levantamento de Ãndice Rápido para o Aedes aegypti (LIRAa), desse ano, revela que 45 municÃpios de Santa Catarina apresentam alto risco de transmissão de dengue. A maioria deles está localizada na região Oeste do estado. Além disso, o relatório revela que 33 municÃpios apresentam médio risco e 22, baixo risco. Os resultados auxiliam a entender o cenário de transmissão que o estado enfrenta no ano de 2022. No LIRAa realizado no mesmo perÃodo do ano passado, 17 municÃpios apresentavam alto risco de transmissão das doenças.
Os municÃpios considerados infestados pelo mosquito Aedes aegypti precisam realizar a atividade duas vezes, uma no inÃcio e outra no final do ano. Por isso, neste ano, 118 foram orientados a realizar o LIRAa. Porém, 15 não fizeram o levantamento, por orientação da DIVE/SC e devido ao aumento de casos de dengue, cenário que já indica um alto Ãndice de infestação: Belmonte, Brusque, Chapecó, Concórdia, Guaraciaba, Iporã do Oeste, Itá, Maravilha, MondaÃ, Palmitos, Romelândia, Santa Helena, São José do Cedro, Seara e Xanxerê. Os municÃpios de Bandeirante, Coronel Martins e Entre Rios também não realizaram a atividade. Com isso, a atividade do LIRAa foi realizada por 100 municÃpios.
âDos 45 que registraram alto risco de transmissão de dengue, febre de chikungunya e zika vÃrus, 21 estão localizados na região de saúde Oeste e 24 já registraram casos autóctones de dengue no ano de 2022. Os resultados da atividade demonstram os altos Ãndices de infestação, que contribuem para a transmissão de dengue em nÃvel epidêmico. As informações do LIRAa associadas aos dados epidemiológicos, colocam a necessidade da intensificação das ações para o controle da doença no estadoâ, destaca João Augusto Brancher Fuck, diretor da DIVE/SC.
A atividade do LIRAa fornece informações referentes a quantidade e o tipo de recipientes inspecionados, ou seja, locais que apresentam água, e que podem servir como criadouros para reprodução do Aedes aegypti. Esses dados auxiliam os municÃpios a discutir e direcionar ações para áreas apontadas como crÃticas, além de avaliar as atividades desenvolvidas, o que possibilita a otimização de recursos humanos e materiais disponÃveis.
Nesse ano, 100.679 depósitos foram inspecionados: pequenos recipientes móveis, como pratinhos de plantas e baldes (35,0%), lixo e sucata (29,8%) e os recipientes fixos como calhas e piscinas (17,5%).
âAs informações da atividade mostram que ainda existem muitos depósitos com água que geram as condições para a manutenção da reprodução do mosquito. Os municÃpios devem analisar seus dados, direcionado as ações de controle vetorial para as situações identificadas. Além disso, a população precisa compreender o risco e mudar os hábitos, como a eliminação dos locais com água parada. Somente com um esforço conjunto, veremos uma redução no número de casosâ, explica o diretor.
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LIRAa
O LIRAa permite a identificação de áreas com maior proporção e ocorrência de focos, bem como dos criadouros predominantes, indicando o risco de transmissão de dengue, febre de chikungunya e zika vÃrus. A atividade é realizada por meio da visita a um determinado número de imóveis do municÃpio, onde ocorre a coleta de larvas para definir o Ãndice de Infestação Predial (IIP).
Conforme definido na Estratégia operacional do estado de Santa Catarina, os municÃpios infestados devem realizar a atividade nos meses de março e novembro.
Dengue em SC
De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pela DIVE/SC, já foram confirmados 9.422 casos de dengue, desses, 7.515 são autóctones (com transmissão dentro do estado).
Já foram confirmados oito óbitos pela doença:
Brusque, 81 anos, homem, autóctone
Caibi, 72 anos, homem, autóctone
Chapecó, 86 anos, mulher, autóctone
Chapecó, 73 anos, homem, autóctone
Criciúma, 40 anos, homem, importado
Itá, 72 anos, homem, autóctone
Romelândia, 61 anos, homem, autóctone
Xanxerê, 51 anos, homem, autóctone
E há nove mortes em investigação:
Ascurra (01)
Blumenau (01)
Chapecó (01)
Guaraciaba (01)
Joinville (01)
Maravilha (01)
Palmitos (01)
Seara (02)
A transmissão da dengue acontece durante a picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado com vÃrus. Após a picada, os sintomas podem surgir entre quatro e 10 dias.
Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C) de inÃcio abrupto, que tem duração de dois a sete dias, associada à dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos. Manchas pelo corpo estão presentes em 50% dos casos, podendo atingir face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem estar presentes.
Ao apresentar sinais e sintomas deve-se procurar atendimento médico para evitar o agravamento do quadro.
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Diante desse cenário, em continuidade ás ações realizadas pela SES/SC, na próxima semana uma equipe da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) estará na região Oeste do estado, visitando alguns serviços de saúde e realizando reuniões com profissionais de saúde para reforçar as orientações sobre o manejo clÃnico da doença. Além disso, uma equipe da SES, juntamente ao Secretário de Estado Interino da Saúde, Alexandre Lencina Fagundes, estará participando das reuniões da Comissão Intergestores Regional (CIR) do Médio Vale do Itajaà e Foz do Rio ItajaÃ, assim como visitará alguns municÃpios da região de Blumenau para avaliar o cenário de transmissão e estabelecer as ações a serem intensificadas.
Fonte: NUCOM – Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive)