Com uma malformação cardiopulmonar e após passar por cinco cirurgias, um bebê de 1 ano e 8 meses morador de Canoinhas, no Norte catarinense, superou o coronavÃrus. Anthony Mulhmann de Moura Bueno teve febre e tosse nos primeiros dias da infecção, mas se recuperou sem complicações.
Segundo a mãe do menino, Bruna Zorek, ele saiu do isolamento na quinta-feira (16), quando ela finalmente se tranquilizou. Um dos fatores que mais causou preocupação a ela é a chamada saturação, valor que permite avaliar a quantidade de oxigênio que está circulando no sangue de Anthony.
âTive medo de que a saturação dele começasse a baixar ou tivesse uma piora por conta da Covidâ, conta a mãe.
A preocupação de Bruna existe, principalmente, porque a malformação cárdio-pulmonar de Anthony demanda a implantação de artérias pulmonares artificiais. Assim, quando faz esforço fÃsico, a saturação cai e, o mÃnimo que pode chegar, segundo a mãe, é a 85%.
âGraças a Deus, ele teve apenas sintomas leves. Febre nos primeiros dias, tosse e coriza, mas os médicos de São Paulo e os daqui da nossa cidade estavam acompanhandoâ, comenta.
Diagnóstico cardÃaco
O menino foi diagnosticado com a malformação ainda no primeiro mês de vida. Ele não ganhava peso, nem crescia. Com pouco mais de 15 dias de vida, os médicos procurados pela famÃlia disseram que o bebê não sobreviveria.
âFomos para Curitiba e depois ele foi transferido para Joinville [Norte catarinense], onde ficou internado por 11 dias. Fizeram todos os exames e deram o mesmo diagnóstico: no máximo dois meses de vida. Mandaram-nos para casa, para esperar o piorâ, lembra Bruna, que não aceitou o conselho.
A famÃlia procurou novos médicos, dessa vez em São Paulo, quando começaram as cirurgias. Ele fez duas intervenções cardÃacas, uma pulmonar, outra para colocar a gastrectomia e uma para colocar a traqueostomia.
Nova cirurgia
Anthony se recuperou do coronavÃrus, é acompanhado por uma equipe médica, mas já se prepara para mais um procedimento. A previsão é que isso ocorra no próximo ano, segundo a mãe dele.
âHoje ele está bem, mas vai chegar uma hora que vão precisar ser trocadas as veias artificiais, conforme o crescimento dele. A terceira cirurgia no coração está prevista para daqui a um ano e meio. Antes, vai ser feito um cateterismo para ver o estado que está essa veia artificial”, afirma Bruna.