A Escola de Educação Básica Mater Dolorum está celebrando seus 74 anos de história nesta sexta-feira, dia 15. São mais de sete décadas de dedicação à educação e ao desenvolvimento de gerações de estudantes. Ao longo dos anos, a Escola Mater Dolorum construiu uma sólida reputação por seu compromisso com a excelência educacional e sua dedicação ao crescimento intelectual e pessoal de seus alunos.
A escola, conhecida por sua tradição não apenas em Capinzal, mas em toda a região, está passando por um momento diferente de comemoração este ano.
Devido os problemas causados pelas chuvas que atingiram o educandário, a E.E.B. Mater Dolorum adiou o tradicional Show de Talentos, que faz parte da programação de aniversário.
De acordo com a Professora de Artes, Mafalda Franke, o Show de Talentos será realizado no dia 19 de outubro e irá abordar o tema “Pulsart: A Arte Através dos Tempos”.
Durante o evento, os espectadores poderão testemunhar uma exibição diversificada de apresentações, desde músicos habilidosos com violinos e teclados até artistas de teatro. Além disso, os corredores da escola se transformarão em um “túnel de artistas”, onde os alunos poderão exibir suas esculturas e desenhos.
No entanto, a celebração deste ano vai além das paredes da escola. O grupo está lançando a campanha “Mater faz aniversário e o presente é para o Rio Grande do Sul”.
O projeto tem como objetivo coletar itens essenciais para doar aos atingidos das enchentes no Sul do país.
Segundo a diretora da escola, Giana Martins, a escola estará recebendo as doações neste sábado (16), durante a tarde no plantão pedagógico e no período da noite as coletas serão durante o bingo, que será realizado no salão comunitário do Bairro São Cristóvão. Giana também deseja que a celebração seja um ato de empatia e solidariedade, demonstrando que ações concretas podem fazer a diferença em momentos difíceis.
Os Anos Iniciais (1932-1948)
A história do Colégio Mater Dolorum teve início em 1932, quando a pequena cidade de Capinzal era apenas um remoto lugarejo isolado. Dois casarões de madeira, propriedade de José Thomazoni, foram adquiridos pelo Padre Matias Michelize, marcando o início da primeira fase da história da escola. O Grupo Escolar Santa Catarina, uma escola pública única na região, foi fundado pelo Coronel Aristiliano Ramos e inaugurado em 18 de novembro de 1934.
O Padre Matias Michelize foi o primeiro diretor do Grupo Escolar, e os primeiros professores eram contratados e mestiços vindos de São Paulo. Nessa época, o Grupo Escolar consistia nos quatro anos iniciais do primário e mais dois anos de curso complementar para a formação de professores. A convivência dos alunos na escola era simples e divertida, com meninos e meninas separados. Um “Livro Negro” era usado como uma forma de controle de comportamento, onde os alunos com mau comportamento assinavam e eram exibidos publicamente como advertência.
Venda para as Irmãs Servas Reparadoras (1948)
Em 1949, o Grupo Escolar foi desativado pelo Estado de Santa Catarina, e as Irmãs Freiras Italianas compraram o espaço, construindo uma pequena casa de madeira ao lado do antigo Grupo Escolar. A escola antiga foi convertida na residência das freiras, enquanto a nova casa abrigou um internato de moças. O Colégio Mater Dolorum, como é conhecido hoje, foi construído em alvenaria, aumentando consideravelmente seu espaço físico.
A escola foi dividida em várias áreas, incluindo a capela, a secretaria, o boteco, a biblioteca e o Salão Nobre. Tornou-se uma escola particular, comprometida com a educação e mantida pelas mensalidades das alunas. A maioria das professoras eram freiras, algumas italianas, e também havia professores leigos com conhecimento específico em suas áreas.
Confira alguns professores da época:
– História Geral do Brasil = Irmã Terezinha
– Educação religiosa (Católica) = Irmã Rosa
– Canto Orfeônico (órgão), aula de música = Madre superior e diretora, Preciana Bellon
– Latim = Frei Domingos De Holinho
– Português = Wanda Nabor Fageum Bazzo
– História Geral = Lorena Moraes
– Matemática = Frei Gilberto Polo
– Ciências Gerais = Doutor Samuel Spritzi
Além dessas, a escola possuía as disciplinas de Francês e Inglês.
Expansão e Desenvolvimento (1952-1985)
Inicialmente, o colégio oferecia apenas o Curso Normal, uma espécie de magistério. O ginásio foi introduzido em 1952 e o segundo grau a partir de 1962. As freiras usavam roupas escuras que cobriam todo o corpo, exceto o rosto, o que causava curiosidade e admiração entre os estudantes. As normas eram rigorosas, com uniformes obrigatórios e um sistema de controle de faltas e notas.
A educação era centrada na disciplina, solidariedade e espiritualidade. A escola oferecia aulas de música, desenvolvendo a afetividade e a sensibilidade dos alunos. Eventos importantes, como formaturas e aniversários, eram celebrados com missas em latim e envolviam a participação de autoridades locais.
A Transição para a Administração Estadual (1985)
Em 1985, as Irmãs Freiras venderam o colégio para o Estado de Santa Catarina, que o tornou o Colégio Estadual Mater Dolorum. Essa transição marcou uma nova era na história da escola.
Lendas e Memórias
Ao longo dos anos, surgiram lendas sobre o colégio, incluindo histórias sobre “Maria Sangrenta” e freiras enterradas no “buraco do palco”. Embora não haja provas concretas dessas histórias, elas persistem como parte da cultura estudantil do Mater Dolorum.
História em Anos
Aquisição: 15/09/49 pelas Irmãs Servas Reparadoras;
1943 – Diretora: Irmã Maria Priciliana Bellon (apenas 1ª a 8ª série);
1962 – Funcionamento do 2° grau;
1963- Diretora: Irmã Maria Benedita De Albuquerque Lima;
Cursos: 1ª a 8ª série;
Normal: 2° grau;
1966 – Diretora: Irmã Maria Lina Boff;
Início da construção do prédio escolar em alvenaria;
1969 – Diretora: Irmã Maria Fermina Pessoa Vieira;
1970 – Diretora: Irmã Paolina Giuliani;
1974 – Diretora: Irmã Maria De Jesus Eiras;
1975 – Diretora: Irmã Nelir Ferreira Dos Santos;
1978 – Diretor: André Bocheco;
Cursos: 1ª a 8a série
Técnico em secretariado
Habilitação para magistério e técnico em enfermagem;
1981 – Diretora: Noemia Maria Bonamigo Pizzamiglio;
1985 – Aquisição do colégio pelo Governo do Estado passando a denominar-se Escola Estadual
Mater Dolorum;
1991 – Ultrapassando o número de alunos que daria ao colégio, o direito um diretor adjunto, assumiu este cargo Roselange Barbara Zenere Baretta;
1995 – Diretor: Jerônimo Haroldo Santanna
Diretor Adjunto: Carlos Antonio Tobaldini;
1996 – Diretor: Jerônimo H. Santanna;
1997 – Diretora: Elzira Carleto Federle;
1998 – Diretor: Francisco Dirceu De Araujo;
1999 – Diretora: Seila Eliane Ribeiro;
2003 – Diretor: Jhonatan Savi;
2005 – Diretora: Salete Foppa Baretta;
2007 – Diretora: Jaciana Zanelatto Lima;
2009 aos dias atuais – Diretora Giana Carla Martins.
Sete Décadas da Família Mater
Em sete décadas de existência, o Colégio Mater Dolorum passou por diversas mudanças e desafios. Atualmente, oferece o ensino médio. Além disso, o colégio se dedica a causas ambientais e inclusivas, promovendo a conscientização dos alunos sobre a importância do meio ambiente e oferecendo serviços de educação especializada.
A história do Colégio Mater Dolorum é uma história de perseverança, compromisso com a educação e evolução ao longo do tempo. À medida que celebramos seus 74 anos de existência, lembramos com carinho e gratidão as gerações de estudantes e professores que moldaram essa instituição única. O educandário conta atualmente com 567 alunos do Ensino Médio Regular e o Novo Ensino Médio e 53 profissionais da educação. O Mater Dolorum deixa um legado duradouro para as futuras gerações, uma história que continuará a ser contada e celebrada em Capinzal.