O dia 07 de julho é um dia normal para a maioria das pessoas, mas para muitos é um marco na história de suas vidas.
Depois de vários dias de chuva, o 07 de julho de 1983, amanheceu escuro em Capinzal e região.
As chuvas que caíram sobre as cidades desde Caçador até Capinzal deixaram um rastro devastador, causando prejuízos, dor e sofrimento.
Ao amanhecer os administradores da época, o então Prefeito Celso Farina, acionava através dos meios de comunicação, todos os funcionários públicos a estarem na Rua Beira Rio, que ligava as proximidades da Ponte Pênsil Mathias Michelizza até o antigo FPS (Frigorífico das Indústrias Reunidas Ouro), popularizada por aproximadamente 90 casas e em torno de 100 famílias, para se reunirem na garagem da prefeitura e se prepararem para os serviços de socorro.
No vizinho município de Ouro o então Prefeito Domingos Boff, também colocou o funcionalismo público a disposição de todos, pois não somente na cidade, mas também no interior a quantidade elevada de chuvas causava preocupações.
Chovia muito em toda a região, o que cada vez mais preocupava a todos, e a água do Rio do Peixe começou a represar com as águas vindas do Rio Capinzal que corta o centro da cidade.
Funcionários públicos, e voluntários a todo momento faziam uso de caminhões para tentar salvar pertences dos moradores e comerciantes.
Diante da necessidade, muitas famílias se abrigaram em casa de parentes, e as demais foram alojadas em centros de apoio montados junto ao Ginásio Municipal de Esportes Prefeito Dileto Bertaiolli, e no salão paroquial.
As cheias espalharam um rastro de destruição em todo o Vale do Rio do Peixe, porém no final da noite do dia 07, a chuva parou e as águas começaram a baixar, revelando o estrago feito pela natureza.
O dia seguinte, 08 de julho de 1983, deu início a uma nova história.
Com o fim das chuvas e após todo estrago provocado, a vida precisava seguir para as 116 famílias desabrigadas, mas agora sem as 96 casas levadas pela força das águas e dando adeus a Rua Beira Rio.
Surge aí a Vila Sete de julho, o local escolhido pela administração e assim nomeado pelo Secretário de Administração do Município, Edgar Lancini, onde foi adquirido um terreno para a reconstrução das casas levadas pelas cheias.
Uma nova vida começa para as famílias que tiveram sonhos e frutos de muitas lutas levados pela água.
Hoje, 40 anos depois, as imagens ainda permanecem na mente de muitas pessoas que viveram a época e que sofreram com a perda e com os abalos que a maior enchente já vista na região provocou.
A vida foi levada a diante, os bens reconstruídos, mas as imagens a seguir demonstradas jamais sairão da memória.
Depoimento
Aguilar Frizzo, na época com 21 anos de idade era morador da rua Beira Rio e contou a nossa reportagem um pouco do que vivenciou junto aos familiares e vizinhos.
Texto: Nilson Rosa
Com informações de Ailton Viel
Imagens: Acervo de Geraldo Susin